Olá galera bacana,
Estou em Paris, no aeroporto, quase a chegar a Lisboa. E está tudo jóia. Gosto de imitar os caras da colónia das novelas. São esquisitos, os brasileiros. Oi? Depois de dois meses na Índia, no Ceilão e na Tailândia a encher chouriços, continuo à espera que o universo se rearranje e aumentem as temperaturas na China. Quero lá ir, e usar sandálias. A China é um país que vive na Ásia; sandálias são animais da família das pantufas. Tenho de explicar tudo, os meus país lêem o que aqui enfio. Não vale a pena explicar esta parte. Mas talvez alguém me possa tirar a dúvida: o plural de senil é seniles, senis ou senéis? Ando com isto há um tempo.

Estou a ficar velho, cansado, como diria o puto do Karate Kid, "I'm not the grasshopper I used to be", e quando cheguei à Cidade do Cabo, com o corpo e a carteira a precisar de descanso, ainda sem vontade de voltar a Portugal, decidi comprar um voo para Bombaim.
Depois de África, viajar nesta zona da Ásia é muito fácil. Mesmo se fosse surdo, fanhoso, perneta, ligeiramente leproso e careca, não consigo imaginar possíveis problemas. Tudo corre como se planeou dois dias ou dois minutos antes. E é barato. Não seria elegante falar de valores, portanto é-me impossível fazê-lo, mas, pelo que se gasta para viver como um mendigo em todo o lado, nas índias vive-se como um marajá. Não confundir com maracujá, esses têm uma triste vida, pendurados até apodrecer ou serem espremidos para sumo.


Outra poluição são as carradas de turistas chatos arrastados pelo lado espiritual, místico, associado ao país. Eu, sinceramente, não o percebo, e ser ignorante é meio caminho para poder gozar com isso. O certo é que quando me deram um panfleto com: 'Venha meditar pela Paz Mundial. Venha doar os seus pensamentos positivos…', não parei de rir por um mês. Mas sei que estou a ser insensível, e sinto-me mal por isso. E….. já passou. Já não sinto nada.

A Tailândia é outro país que vive na Ásia. Recebe tantos turistas que está a afundar. Não é mau, e nem é de agora, mas convém saber que é isso que se vai encontrar, não tailandeses. Talvez o turismo mais antigo, e um dos mais conhecidos, é o sexual. Senhores que procuram senhoras para fazer coisas. Uma dessas coisas, que achei interessante, é ir para uma esplanada ter conversas românticas. E é surreal ouvir velhos barrigudos de voz melosa gabarem-se das suas proezas da noite anterior a meninas adolescentes, enquanto elas arranjam as unhas ou brincam com os iphones. Passei dias a cuscar (a cusquice é um poder de extrema utilidade que apenas deve ser usado para o bem, o que é raro, mas neste caso era para o meu bem). Não sei se se lembram de um tempo, anterior à internet, em que pais ensinavam aos filhos a história da cegonha. Aqui, as personagens são, aparentemente, idênticas, só que a historia é contada na primeira pessoa, ensinada ao mais ínfimo pormenor, e a aula prática está marcada para depois do jantar. É de chorar a rir, ou só de chorar, mas vale a pena.
Gostei de Banguecoque (Banguicóqui, em brasileiro), é uma cidade meio doida e meio varrida. Tem vida. E não é só rameiras e vinho verde, não é só happy endings, ping-pong e lady-boys. Como seria de esperar, em 6 milhões de habitantes, nem todos são proxenetas ou meretrizes, há outras pessoas com actividades menos interessantes. Perante a dificuldade de fotografar completamente oleado, a câmara escorrega, aqui ficam fotografias de um bairro onde se vendem estátuas de figuras com os mamilos à mostra. Figuras sagradas, estas. Há quem jure que as outras também são.
Até já. beijos
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1 comentário:
Pena eu não estar em lx para ouvir alguma dessas histórias que cuscaste.
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